Mal de Parkinson afeta comportamento social e psicológico
13 jul 2017

Mal de Parkinson afeta comportamento social e psicológico

Sintomas como tremor, lentidão de movimentos, fala sussurrada e baixa, perda de expressão facial, dificuldades para andar, entre outros podem causar um grande impacto psicológico em um indivíduo com Parkinson. Alguns chegam a se isolar da convivência de outras pessoas e as fases psicológicas podem ser igualmente ou mais que a progressão da doença. 

O paciente fica ausente a tudo e vive confuso. É uma fase crítica que pode durar por muito tempo, dependendo das circunstâncias. Normalmente, ele se torna antissocial e nada é capaz de chamar a sua atenção. A tendência é a autocondenação e a espera do fim da existência, pois não tem mais prazer em nada ao seu redor. Desiste fácil, vive lamentando-se por tudo. 

A repercussão da doença envolve aspectos biopsicossociais, sendo necessário elaborar as mudanças e as consequências do processo de sobrecarga. A dependência para a realização, principalmente das atividades cotidianas, pode desencadear os sentimentos de frustração, ansiedade e aborrecimentos devido às restrições no estilo de vida. Além disso, os aspectos psicológicos podem interferir na adesão ao tratamento e na elaboração de uma relação satisfatória com a doença.

A família é a fonte mais importante de apoio social, exercendo grande influência na saúde, uma vez que o suporte social compreende a forma de relacionamento interpessoal que dá ao indivíduo um sentimento de proteção e apoio capaz de propiciar redução do estresse. Um sistema de apoio social deve envolver o aspecto emocional, onde a pessoa se sinta amada, protegida, cuidada e valorizada, que implica um sentimento de autoestima, consideração e respeito.

Dessa forma, a família, como apoio social, deve favorecer trocas afetivas, cuidados mútuos e uma comunicação precisa entre familiares, cuidadores e paciente, juntamente com a equipe médica. Esta dinâmica favorece no indivíduo a sensação de acolhimento e apoio que lhe dá força para enfrentar o estresse e elevar a autoestima.

Diferentes reações podem ser observadas entre os membros da família, como irritação, impaciência e cobrança são frequentes naqueles que não aceitam viver com a doença de Parkinson. O acompanhamento psicológico é fundamental e importante para melhorar a qualidade de vida. Autoconhecimento e reconhecimento da necessidade de ajuda não é sinal de fraqueza, mas sim de coragem para enfrentar um problema, seja qual for. Além da psicoterapia, os medicamentos ansiolíticos e/ou antidepressivos podem ser um grande auxílio para melhorar o estado emocional do paciente. 


* Leni Rodrigues (foto) é Psicóloga da Santa Casa de Mauá

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